Haverá uma teoria qualquer a conjecturar que banalizar o insulto é subtrair-lhe a ofensa, ou seja, que dizermos que somos é não sermos. Não percebo as subtilezas, se as há: é-se galdéria em confissão, solidariedade e/ou ironia? Não é melhor afirmarmos que a vida pertence a quem a vive?
(...)
O problema não é o decote e as palavras pesam. Não adianta divagar sobre quantas mulheres violadas por um decote respondem “sou” a “galdéria”, não fiz uma sondagem e prefiro não dançar na areia movediça. Não conseguimos aproximar-nos do outro se é só nós que nós vemos. O mundo ainda não mudou, “nós” não somos “eles” e não falamos todos a mesma língua. Faz-nos bem olhar para fora da nossa caixa, por muito iluminada que esteja.
Há sombra lá fora.
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